O grupo Divergualdade

O grupo Divergualdade
Um grupo em construção

domingo, 17 de outubro de 2010

Resenha

RESENHA DO ARTIGO:

Da Subversão dos Lugares Convencionais de Produção do Conhecimento à Epistemologia de Fronteira: que metodologias podemos construir com os movimentos sociais?
Autora do artigo: Allene Carvalho Lage

Resenha do artigo: Elaine de Paula

A autora levanta, neste texto, reflexões sobre as diversas possibilidades de produção de conhecimento, para tanto, recorre a experiências de movimentos sociais. Utiliza algumas idéias do sociólogo Português Boaventura de Souza Santos para falar que as ausências existentes em diferentes campos não são naturais, mas produzidas. Aponta, ao final, para a possibilidade de produção de pensamentos alternativos e críticos com relação ao conhecimento considerado legítimo e hegemônico.
Na parte introdutória faz referência à Ciência e, portanto, ao conhecimento científico - nitidamente colonial, masculino e branco- Faz um alerta sobre a secundarização de todas as demais formas de expressão que não estejam sedimentadas no conhecimento referenciado e, pretensamente verdadeiro. Ratifica que o conhecimento científico, como única forma de pensar o mundo, elimina todas as demais epistemologias que dele divergem para estabelecer uma hegemonia totalitária.
No subitem: Relativismo, Neutralidade e Objectividade, a autora nos fala sobre a acusação direcionada aos saberes locais como relativistas, ao contrário do universalismo da saber científico; o que acaba por tornar esse último superior perante outras formas de conhecimento.
Nos fala de que os conhecimentos não são neutros, mas, eivados de escolhas políticas. Sobre a objetividade, a autora recorre às idéias de Boaventura de Souza Santos: “A objectividade decorre da aplicação rigorosa e honesta dos métodos de investigação, que nos permite fazer análises que não se reduzem à reprodução antecipada das preferências ideológicas daqueles que as levam a cabo. A objetividade decorre ainda da aplicação sistemática de métodos que permitem identificar os pressupostos, os preconceitos, os valores e os interesses que subjazem à investigação científica supostamente desprovida deles” (p.04).
Prossegue em outro subitem: Pluralidades na e para a Ciência, levantando a idéia de que, a despeito da cultura científica ter um caráter de superioridade e de legitimidade universal, essa mesma ciência tem enfrentado críticas e anúncios por uma ciências multicultural.Toma como exemplo que “o feminismo dentro da ciência proporcionou uma série de questionamentos sobre o histórico monólogo científico, consolidado no seu âmago, como um conjunto de vozes”(p.05). Portanto, reforça a necessidade de abrir o diálogo com os diferentes saberes, com as diferentes vozes.
Novamente cita Santos, para se referir “a perspectiva multicultural que tem vindo a reconhecer a existência de sistemas de saberes plurais, alternativos à ciência moderna ou que se articulam em novas configurações de conhecimentos”(p.06).
No terceiro subitem: Colonialidade e Caminhos para a Descolonização de Saberes, afirma que a “descolonização já não é um projeto de libertação das colônias, com vista à formação de Estados-nação independentes, mas sim um processo de descolonização epistemica e de socialização do conhecimento” (p.07).
Denuncia de que a forma de colonização do conhecimento científico subjugou e silenciou outras inúmeras formas de conhecimento existentes, embora essas mesmas formas sejam invisibilizadas.
Já no segundo item: As lutas Sociais e a Ciência, a autora disserta que ao longo da história são as lutas sociais as grandes responsáveis pela expansão e democratização dos direitos, afirma ainda que os autores sociais destas lutas são diversificados e “contemplam uma gama enorme, quer seja de protagonistas de luta, quer seja de conteúdos de luta, que vai desde os movimentos sociais às associações de desenvolvimento local, desde os intelectuais aos projetos de educação popular, desde os sindicatos às associações de moradores, desde um grupo de técnicos independentes a um grupo de mulheres agricultoras. Desta maneira é que faz sentido os atores sociais atuarem nos seus contextos sociais, de modo a formar, um cenário difuso de lutas por direitos, numa tempestuosa dinâmica de estratégias e ações, que culmine também numa luta pela diversidade e democratização de direitos”(p.09).
No terceiro item:Apontamentos Metodológicos, cita a experiência de duas pesquisas, Brasil e Portugal, em que realizou-se um estudo comparado entre esses dois países sobre lutas por inclusão.
No subitem Sociologia das Ausências, desenvolve parte das idéias de Boaventura Santos. Esse autor demonstra que o que não existe é ativamente produzido como não existente, como uma alternativa desacreditada ao que existe. Ou seja, a questão da não existência incide numa invisibilidade, numa falta de alternativa.
A Sociologia das Ausências, segundo Santos, é concebida como um novo conhecimento de leitura de mundo, contemplando uma realidade mais ampla e inclusiva, e transcendendo uma verdade considerada universal. Logo, a Sociologia das Ausências procura “transformar objetos impossíveis em possíveis e com base neles transformar as ausências em presenças” (p.12).
Essa reflexão é relevante porque leva as pessoas a pensarem que a produção das ausências invisibiliza também os atores sociais e seus saberes, criando uma conformação e uma naturalização dos lugares sociais ocupados na sociedade. Essa reflexão expressa que as imensas desigualdades sociais não são fenômenos isolados, mas fruto de um mundo intencionalmente ‘equivocado’.
O propósito do próximo sub item: Fronteiras/Margens, é o de contribuir para uma percepção mais fluida e menos dicotômica sobre os territórios de luta. A autora aponta que as lutas também ocorrem nos espaços de margens (embora não seja uma luta marginal). O significado de fronteira, como figura de linguagem, ajuda a pensar que ora as lutas ocorrem de maneira mais favorável, ora desfavorável, conforme o jogo político da mobilidade das fronteiras, sem nunca deixar de existir.
Já no último item: Por uma Epistemologia de Fronteira, a autora levanta, por um lado, as reflexões sobre fronteira de Boaventura Santos, como um espaço privilegiado de emersão de novas formas de subjetividade e de sociabilidade; e por outro lado, como um lugar de luta dos movimentos sociais que são capazes de responder aos desafios da produção de um conhecimento crítico, aproximando simultaneamente, ciência, movimento social e realidade.
Uma das conclusões em que a autora chega, com o auxilio dos aportes teóricos por ela selecionados, é o de que é possível construir novos conhecimentos, e uma dessas alternativas é a aproximação com as lutas sociais. E da necessidade de não se aceitar passivamente a subalternidade imposta. Nesse sentido, utiliza a metáfora da fronteira como forma e lugar de produção de pensamentos alternativos e críticos, principalmente a partir dos discursos e das experiências produzidas pelos movimentos sociais e de outros grupos subalternizados e expulsos dos processos de estruturação do conhecimento cientifico.
Beijos,
Elaine

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Resenha do Artigo da ARIC:

INTERCULTURALIDADE, EXPERIÊNCIAS ESTÉTICAS

E PRÁTICAS EDUCATIVAS

Célia Maria de Castro Almeida

No texto, a autora fala da influência dos fatores culturais e sociais para constituir saberes docentes e a mediação destes na aprendizagem. Segundo a autora “quanto maior e mais variado for o repertório cultural de professores e professoras, mais numerosas e apropriadas serão as escolhas possíveis para mediar a construção de conhecimentos escolares”(Almeida, p.4 - 2009).

A autora então buscou pesquisas sobre o perfil de professores e professoras da educação básica que indicam que estes compartilham com discentes uma mesma cultura de massas, que homogeneíza. Por causa de baixos salários e jornada de trabalho intensa os professore não se sentem incentivados para o contato com a arte.

Além disso, as ações culturais com financiamento público acabam não atingindo uma grande parte da sociedade por que se limitam ao centro das grandes cidades e por que muitas vezes valorizam somente a cultura erudita. A autora cita Isaura Botelho, que sugere a troca do termo democratização da cultura por democracia cultural – ou seja a valorização de diferentes culturas.

O ensino escolar ainda não respondeu às “novas e inconstantes configurações do mundo atual: persiste a tradição que fragmenta e hierarquiza o conhecimento (...) escola valida e valoriza determinados aspectos culturais a despeito de outros”.

A autora então propõe uma “educação estática intercultural que possa abarcar modelos culturais diversos que interajam na formação de docentes e discentes para legitimar suas culturas de origem e a cultura erudita. Essa educação traz elementos de formação da identidade pessoal e coletiva, compreendendo a valorização das diferenças Uma educação que considere tanto a cultura erudita como a de massa e que reflita a origens e contextos dessas diferentes culturas. Nesse sentido é preciso superar a homogeneização cultural, e “selecionar fragmentos culturais para se tornarem conteúdos escolares” o que pode gerar constantes contradições, e a partir delas respeitar as diferentes visões de mundo.

Para esse tipo de educação há a necessidade de uma reflexão para “promover uma educação em prol da solidariedade, da diversidade e do sincretismo cultural, bem como reconhecer e valorizar as diferentes formas de conhecer, sentir e agir”.

Resenha do Artigo da ARIC:

Convivência em uma orquestra comunitária: um olhar para os processos educativos.

Maria Carolina Leme Joly

Ilza Zenker Leme Joly

O artigo apresentado é o resultado de uma pesquisa de mestrado onde se destaca e analisa “os processos educativos presentes em uma orquestra comunitária que se originam na prática social da convivência de um grupo de músicos. A Orquestra Experimental da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), onde a coleta de dados foi realizada, é formada por músicos amadores e profissionais advindos de diversas comunidades, com diferentes graus de desenvolvimento e conhecimento musical”.( JOLY, 2009). Os dados foram coletados através de entrevistas semi-estruturadas com cinco participantes da orquestra.

Segundo Beineke “ao aprender música, ou ao realizar aprendizagens em qualquer outro campo do conhecimento, cada pessoa atribui significados próprios para aquilo que aprende, reconstruindo seus saberes a partir do seu próprio repertório de vida”. O grupo musical (orquestra) é um campo onde existe uma grande diversidade de pessoas de diferentes contextos.

O artigo afirma ser importante “compreender o que significam essa heterogeneidade, essa diversidade de personalidades, pensamentos e histórias de vida para descrever e analisar a forma como essas diferenças podem se constituir em material rico para educadores musicais e professores de maneira geral. O grupo instrumental constrói na sua trajetória de aprendizagem musical, uma identidade específica como grupo, que, por sua vez, pode abrigar e valorizar a diversidade, a solidariedade e apoio às diferenças”.

As autoras se referenciam da teoria do conhecimento de Paulo Freire – numa relação dialógica - que “reconhece que os atos de conhecer e pensar estão, diretamente ligados à relação com o outro. O conhecimento precisa de expressão e comunicação e ele não é, de maneira alguma, um ato solitário”.

É feita uma descrição do histórico da orquestra e seus objetivos. “Os objetivos da orquestra extrapolam aqueles estritamente musicais e avançam em metas para estabelecer e melhorar as relações humanas entre os seus diferentes participantes, sempre através da prática musical coletiva”.

Pode-se observar com este texto a com a pesquisa, a importância de se estudar os elementos que as práticas musicais envolvem – “aprendizagens musicais, humanas e sociais”.

As autoras também falam da diversidade do repertório utilizado na orquestra que valoriza a música brasileira, mas dá espaço para diferentes estilos e culturas. Isso promove o contato dos integrantes do grupo com diferentes culturas, vivendo-as (ao tocar) e podendo compreende-las no contexto geral.

Outro fator interessante na Orquestra Comunitária é “que as pessoas que a compõem estão participando por uma escolha pessoal de fazer música em conjunto”.

Então a pesquisa coloca que “música, como expressão, pode ser um meio de diálogo entre os músicos que tocam em conjunto e também entre orquestra e público que participam de um concerto”

Os integrantes da Orquestra estabelecem uma relação de diálogo, e constante aprendizagem através das praticas musicais. “ Consciente de si, de seu papel e de sua responsabilidade dentro do grupo, os músicos trabalham em conjunto, respeitando-se, transformando-se e possibilitando a transformação do mundo através do fazer musical”.

O estudo conclui afirmando que: “os participantes do grupo estão em constante transformação em decorrência das experiências vivenciadas nas práticas musicais e sociais no ambiente da orquestra”. Isso demonstra a importância de se realizar mais estudos sobre as práticas musicais em grupo e sua repercussão nos indivíduos, nos grupos sociais e na sociedade como um todo.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Intercultura

Olá, pessoal!
Adorei ter conhecidop o pessoal
E acho que temos coisas bem interessantes para "compartir"no dia 29!

Fiquei surpresa com a diversidade dos participantes do seminário. O grupo formado para essa disciplina era de pessoas de vários lugares diferentes. Havia poucos mestrandos e doutorandos. Estavam participando alunos especiais da graduação ou graduados há pouco tempo, professores de universidade e escolas, pessoas de diversas áreas e profissões, não apenas da Educação, mas todos em busca do conhecimento.
Segundo o professor Reinaldo Fleuri a Intercultura tem como questão fundamental “respeitar a diferenças, numa interação que não as anule, que ative o potencial criativo entre diferentes agentes e entre seus contextos”.
Então o professor Fleuri não só falou de diversidade cultural, mas nos fez vive-la como sujeitos de uma educação intercultural.
Sujeito – porque ele propôs que cada pessoa do grupo colocasse em um papel, resumido em uma palavra seu projeto de vida na atualidade. Ele sugeriu representações não só por escrito, mas utilizando outros recursos de expressão e comunicação da idéias como o desenho e a poesia. A arte procura representar o sentimento, o ser humano, suas expectativas e ansiedades diante do novo.
O “novo” era o grupo em busca de novos conhecimentos. Cada ser com sua história de vida e perspectivas diferentes. Mas havia também uma unidade no grupo – a busca pelo novo saber. A busca da compreensão da diversidade numa ótica educacional e intercultural.
A arte – forma de expressão daqueles seres humanos que se reuniam (se agrupavam em sub-categorias), até formar uma identidade de grupo, sem ferir a singularidade de cada um.



INTERCULTURA

AS DIFERENÇAS RESPEITAR
SEMPRE NUMA INTERAÇÃO
SEM NO ENTANTO ANULAR
CADA SUJEITO E SUA AÇÃO

E O POTENCIAL CRIATIVO
CONDUZIDO PELOS AGENTES
DE UM MOVIMENTO VIVO
EM CONTEXTOS DIFERENTES

O GRUPO CRESCE ARTICULADO
E NESSA UNIDADE PROCURA
CAMINHAR LADO A LADO
E CONSTRUIR INTERCULTURA


um abração
Katarina

domingo, 3 de outubro de 2010

Texto

Prezad@s,
Encaminho uma sugestão de tema que considero interessante para nos ativar teoricamente sobre o trabalhado a ser desenvolvido. Contudo, antecipo que o texto não se limita ao espaço das universidades, mas, destaca experiências de movimentos sociais e reforça as diversas possibilidades de produção de conhecimento, de articulação entre diferentes saberes, da necessidade de diálogo e de reconhecimento do outro como sujeito, enfim, da descolonização de idéias e saberes.
Assim como combinamos, farei uma resenha e encaminharei a todos até a data estipulada.
O texto que faço referência é de Allene Carvalho Lage (Doutora em Sociologia).
O título" Da Subversão dos lugares convencionais de produção de conhecimento à epistemologia de fronteira:que metodologias podemos construir com os movimentos sociais?"

Beijos,
Elaine

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Oi!

Oi, meus querid@s!

Sinto-me satisfeita de fazer parte deste grupo e de ter conhecido vocês, ainda que o tempo tenha sido breve.
Em nosso úlimo encontro Catarina nos presenteou tocando violino em vários momentos do dia... lindo!!!
É claro que os demais mortais, (Eu, Rose, Getúlio, os 'Mineiros'_preciso saber os seus nomes- e Cristiane )também tocaram, embora desafinadíssimos. Catarina, muito gentil , elogiou nossa performace....
Amigos, conforme combinado em nossa última reunião com todo o grupo, nossa apresentação será de29 de novembro durante todo o dia, ou seja, temos oito horas para fazer a apresentação do nosso tema.
Beijos,
Elaine (nanii)

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Encontros de setembro

Setembro trouxe consigo um excelente encontro. Encontro com a diversidade, com as afinidades. Encontro que nos tornou divergualdade.

Compartilho aqui com vocês (atenção mineiros, esta vcs conhecem!!!) a letra de uma música que "me gusta mucho".

"Quando entrar setembro e a boa nova andar nos campos
Quero ver brotar o perdão onde a gente plantou juntos outra vez
Já sonhamos juntos semeando as canções no vento
Quero ver crescer nossa voz no que falta sonhar
Já choramos muito, muitos se perderam no caminho
Mesmo assim não custa inventar uma nova canção que venha nos trazer
Sol de primavera abre as janelas do meu peito
a canção nós sabemos de cor
só nos resta aprender..."

(Sol de Primavera - Beto Guedes)